Evento que reuniu autoridades civis e militares encantou o público com músicas consagradas, dos clássicos à MPB

A sala Cecília Meireles foi palco nesta segunda-feira,(17) do concerto em comemoração aos 129 anos da Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ). A noite que reuniu autoridades civis e militares, músicos, familiares e admiradores da Corporação destacou o talento dos bombeiros músicos e reforçou a importância histórica e cultural da Banda, uma das formações musicais militares mais tradicionais do país.

A solenidade contou com a presença do Secretário de Estado de Defesa Civil e Comandante-Geral do CBMERJ, Coronel BM Tarciso Salles, e do Subsecretário de Estado de Defesa Civil, Coronel BM Charbio Guijarro, que prestigiaram as apresentações e homenagens.

O concerto especial foi dividido em quatro partes, trazendo ao público um repertório que uniu tradição, modernidade e diversidade musical. Sob a regência do Maestro Major BM Franquimar e do Maestro Capitão BM Veterano José Cândido da Costa, a Banda interpretou obras clássicas, composições históricas e sucessos populares que marcaram gerações, como “Begoña Jiménez”, de Tomás Jiménez, e “Bouquet”, composição do Maestro Anacleto de Medeiros, fundador da Banda.

Um dos momentos mais emocionantes da noite, e que reavivou um dos capítulos mais significativos da história do CBMERJ, foi a apresentação de “Os Prelúdios”, obra que rendeu à Banda o título de Melhor Banda Sinfônica do Brasil em 1965, durante o Concurso Nacional de Bandas Militares realizado no Maracanãzinho nas comemorações dos 400 anos do Rio de Janeiro.

Os músicos Cap BM José Cândido da Costa, 2º Ten BM Sildineir Martins Ramos, Subten BM Eliseu Barbosa Figueiredo, Sgt BM Clóvis Timóteo Guimarães, Sgt BM Valdenir Pereira, e Sgt BM Cesário Constâncio Gomes, que marcaram a trajetória do grupamento, foram homenageados no evento.

O concerto também fez um passeio vibrante pela música popular brasileira e internacional, incluindo arranjos especiais de Jorge Vercillo, Thiaguinho, Bruno Mars, além de uma sequência envolvente de samba rock e soul. A canção “Ouvi dizer”, dos irmãos Melim foi interpretada por Rodrigo Melim, que fez o público levantar para dançar ao som da banda sinfônica.

A noite foi encerrada com “A Whole New World”, do filme Aladdin, interpretada pela Sgt BM Ana Oliveira e pelo Sgt BM Levi Marques.

A banda do CBMERJ mantém viva a excelência musical e a disciplina militar que marcaram sua fundação. Sua trajetória honra o legado de maestros históricos, e segue emocionando plateias por onde passa. E isso é um orgulho para nós – contou Coronel BM Tarciso Salles

129 anos de história

A trajetória da Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros começou em 27 de outubro de 1896, quando o Tenente-Coronel Eugênio Rodrigues Jardim, então comandante interino da Corporação, solicitou ao Ministro da Justiça e Negócios Interiores, Dr. Alberto Torres, autorização para criar uma banda de música, atendendo ao antigo desejo de oficiais e praças.

A resposta foi imediata. Em 30 de outubro de 1896, o pedido foi aprovado com a condição de não gerar ônus aos cofres públicos. Poucos dias depois, o renomado Maestro Anacleto Augusto de Medeiros, compositor e regente formado pelo Conservatório Nacional de Música, foi convidado para organizar e dirigir o novo conjunto. Sob sua liderança, nascia uma instituição musical destinada a se tornar parte essencial da vida cultural da então capital federal.

A primeira apresentação ocorreu em 15 de novembro de 1896, no Quartel do Humaitá, marcando o início de uma história que atravessa séculos.

Desde o início do século XX, a Banda destacou-se pelo pioneirismo: foi uma das primeiras formações militares a gravar fonogramas na Casa Edison, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento e a difusão da música popular brasileira. Ao longo das décadas, acompanhou eventos cívicos, culturais e militares, expandiu seu repertório e formou músicos de grande relevância para o cenário artístico nacional.

Em 2012, a Banda foi oficialmente reconhecida como Grupamento Musical, por meio do Decreto nº 43.612. Em 2016, recebeu o título de Patrimônio Imaterial do Estado do Rio de Janeiro, reforçando sua relevância cultural e institucional.